O espaço era completamente limitado. Por bem, achei justo colocar tudo o que relato acima bem aqui.
Lembro- me daquela quinta- feira pela manhã em que eu, entusiasmada e se bem desconfiada, entrei na sala do 6°andar. Pouquissímas pessoas presentes não foram suficientes para despachar aquele nervosismo e aquela timidez, para bem longe. Então, apenas me contive.
Com o passar do tempo, o que dizer então? Será que não estava na cara toda a admiração que eu, em secreto, trazia comigo?? Será que não estava tão nítido que eu aprendi algo além do planejado em meu currículo? Honestamente, honestamente ... Quatro pessoas completamente diferentes de mim. Okay, okay, devo imaginar qual seria a impressão que euzinha passei. Meia patricinha, totalmente calada. Não precisa concordar!!! Já ouvi muito disso. Quais motivos reais eu teria então de invadir a vida dessas pessoas? O que eu fiz para me merecer este voto de confiança? Nem eu sei. Mas sei de algo que, vou falar mesmo, você já deve ter lido em algum lugar por aí neste blog. ELAS ARRASAAAM! Geeeeeente! Deeemaaais! Aprendi a me manter gentil e sob controle quando alguém queria explodir; aprendi a dar risada, muuuuita risada, para reforçar, muuuuita risada mesmo quando as coisas não iam bem (precisava ter motivo??), também que todo o esforço é merecido e que, tem que fazer né, fazer o quê... Quem lê, entenda!Eu, até então, já me sentia boa o bastante. Ou segura. Mas a vida é cheia de surpresas... Aprenda a trabalhar com pessoas a qual você não está acostumada. Aprenda a lidar com as pessoas. E descobrirá que não é tarefa fácil. Sim, eu ouvi. Muita discussão nos trabalhos. Recebi muita crítica. E, às vezes, muita falsidade. Senti- me caluniada e pouco compreendida. Me fiz de vítima também (como eu detesto isto agora!). Escrevo em tom de desabafo. Eu tive que crescer.
Precisei andar sozinha. Arrisquei experimentar o mercado de trabalho. Precisei dormir mal ou quase nada às noites. Precisei administrar um tempo que parecia não ser meu. Onde estava aquela supeeer garota que fazia inglês 2 vezes por semana, ballet e jazz 5 vezes por semana (sem contar os sábados e domingos de ensaio...), informática e ainda destinava conselhos e ensinamentos para adolescentes? Eu relevei muita coisa. Mas não foi tudo.
Permaneci na zona de conforto, eu e minhas poucas amigas. Achei a conquista satisfatória, então, era melhor não distrair os olhos. Outra surpresa: o céu é muito mais azul! Devo confessar que a experiência de conhecer outro país, outra cultura e pessoas completamente diferentes muito me ajudou. A dar mais valor. E querer arriscar. Havia muita gente boa, capaz, dinâmica e algo mais além do que meus olhinhos acomodados imaginavam. Eu não perdi, eu ganhei!
Mas não é bem neste ponto em que quero chegar. A vida não é cheia de surpresas?? Eu também acho. A princípio, eu nunca soube exatamente o que eu queria fazer, mas sim, o que eu não queria! Estranho ?!!! Talvez. Mas para mim, sempre fez muita lógica.
Desde a 6a série eu sonhava exatamente com a Nutrição. FATO. Que culpa eu tive em descobrir que havia em mim a facilidade para tantas outras coisas? Foi então que eu me achei sem rumo. O que se faz numa horas dessas? Chorar! Resolveu? Nada! Tudo o que eu precise fazer foi tocar meus pés no chão. Um pouco de bom senso e raciocínio ajuda nessas horas. E a resposta estava, então, nitidamente clara: eu fiz a curso certo, na hora certa, na universidade certa e com as pessoas certas.
Preciso deixar esse egoísmo de lado. Não quero falar de mim (não agora!!), mas não tive jeito. Bem sei que muitos leem este conteúdo. Na verdade, leitores que nem faço ideia de como descobriram este blog, e que mesmo sem me conhecer, se rendem a tudo o que eu escrevo. Sei que agora muitos conhecidos estarão a ler as linhas que vos seguem. A este ou aquele, a vocês o dedico.
Neste rumo, muita gente se perdeu e outros, muita gente se encontrou. Foi duro chegar onde chegamos. Mal posso descrever o que cada um passou para chegar até aqui, devo apenas dizer por mim. E tenho o direito de considerar tudo o que vi, senti e vivi. Desculpa, também precisei passar por apuros nesta caminhada. Não, meu caminho não foi de rosas. Se achou, se enganou! Tive que travar uma guerra danada contra o meu maior inimigo: eu mesma! Creio que todos tivemos que passar pelo mesmo. Não acha? Apenas não descobriu! Foi preciso lutar contra si para abrir mão de uma ideia ou pensamento que não era bom no momento para o seu grupo (e você se achando o tal), teve que engolir a seco muita malcriação (para bem suceder sua ExpoNutri), teve que brigar com o seu sono, teve que sacrificar para adquirir coisas que pudesse somar no seu profissional. Se fez de surdo, mudo e cego. Não vamos falar das vezes que não concordamos com alguns professores, que nos sentimos injustiçados, ou que nos fizemos!
E os assuntos seculares? Neste quatro anos, quantas invenções surgiram no mundo dos cosméticos!!?? Quando falávamos das cores dos esmaltes, do passeios de fim de semana (que geralmente choviam), os sapaaaatos, digo, Melissas, kk, e afins. Tudo beeem, ninguém é de ferro, okay??
Mas aprendemos demais. Desde a Gastronomia, passando por Fisio e Pato (que eu amava meeesmo), temendo e tremendo a Dietoterapia, e curtindo as aulas de Farmaco.
É, não foram apenas dietas, cardápios e cálculos que vimos, não...
E sabe o que é mais fantástico? É poder descobrir que no final de quatro longos anos, e bem árduos, o que se formou não foi apenas um profissional. Hoje, sou um ser humano mais completo. Não posso medir a tamanha diferença que eu provoquei ao longo destes anos. E é muito bom olhar para trás e ver os rastros de sucesso que você plantou. Agora, é só colher e partir para o abraço!
Honestamente, honestamente, peço desculpas. Se fui rude ou intolerante. Se pareci mimada ou indiferente. Não sou tão impávida assim. Apesar dos pesares, sou humana e luto contra os meus sentimentos. Ah claro, pense em uma única vez que agiu pelo sentimento e conseguiu o que queria! Eu, pelo menos, nunca consegui. Confesso que as lágrimas invadem meus olhos. Caso não tenha percebido, sou bem chorona. Parece antagônico, não?
Mas tudo o que precisa saber, é que eu não meço esforços. Descobri Sampa andando de trem, pegando busão, kk, tudo para acudir, se necessário, uma amiga. Deixei de ver erros, para ver e valorizar qualidades. Dediquei séries para falar, na verdade, o insuficiente. Palavras foram poucas para expressar o quanto eu as admiro (minhas princesinhas, sou muito fã de vocês!)
Mas eu preciso crescer... É hora de traçar caminhos e metas, estender as mangas e lutar pelo o que é meu por direito. O mundo é pouco para nós, creia nisto. Não vou desejar, eu determino sucesso a todos.
Amo a todos imensamente, e dedico meu imenso carinho e respeito.
Já disse muito, e disse pouco!
Até breve,
Flavinha.
